Como a crise pode afetar o seu emprego
Tensão financeira já mostra sinais preocupantes para os trabalhadores do Brasil
Fonte: Jornal da Tarde
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que, até o final de 2009, 20 milhões de pessoas em todo o mundo percam o emprego por conta da crise. Aqui no Brasil, a turbulência global ainda não sacrificou os trabalhadores. Mas há alguns sinais preocupantes. A montadora General Motors anunciou férias coletivas a cerca de 14 mil funcionários. A Fiat planeja fazer o mesmo.
“Algumas empresas precisarão reajustar seus custos e isso pode significar corte de pessoal”, afirma Sérgio Amad, professor de Recursos Humanos e Relações Trabalhistas da FGV-SP. Os setores que dependem mais do crédito - como automobilístico, imobiliário e o comércio - tendem a sofrer impactos maiores. “Mas a maioria das empresas deve apenas parar de contratar.”
Para Amad, quem está desempregado hoje vai se deparar com menos oportunidades no ano que vem. E quem já está trabalhando não vai conseguir pleitear aumentos com tanta facilidade como no passado. “O principal problema para o trabalhador em 2009 serão as negociações salariais”, avalia o professor.
Em 2007, quase 90% das categorias conquistaram um aumento superior à inflação. Neste ano, isso aconteceu em 70% dos casos. Em 2009, entretanto, os bons acordos não devem se repetir. “Em tempos de crise, os empresários ficam com o orçamento apertado e mais resistentes a qualquer conversa sobre aumento”, diz Amad. “E os trabalhadores, por temerem o desemprego, perdem poder de barganha nas negociações.”
O que você pode fazer
1) Procure as vagas para temporários. Os recém-formados e os desempregados devem aproveitar as contratações temporárias de Natal para conseguir um emprego ainda em 2008 - já que no ano que vem a abertura de postos de trabalho deve diminuir.
2) Procure se preparar para a vaga desejada. Ter conhecimento técnico, disposição para trabalhar e apresentação pessoal adequada ao cargo podem ajudá-lo a conquistar uma vaga. Experiência na área é um aspecto valorizado por quem contrata, se for o seu caso, valorize esta informação.
3) Não espere salários muito atraentes.“Não é hora de se focar na remuneração”, recomenda Mário Fagundes, da consultoria de Recursos Humanos Catho. “Em tempos de crise, as empresas abrem as vagas porque precisam de mão-de-obra. Porém, isso não quer dizer que elas tenham uma verba satisfatória para aquele cargo.”
4) Mostre seu valor. Quem já está trabalhando e quer preservar o emprego, a dica é se mostrar indispensável. “Ninguém é insubstituível, mas é fundamental que sua importância para a empresa seja reconhecida.”
5) Tenha uma atitude positiva. É importante mostrar competência, motivação e capacidade de trabalhar sob pressão.